07/02/2014

Elitismo e Preconceito

Sobre a professora arrogante e elitista que não gosta de interagir com classes mais baixas no aeroporto: fala merda e ainda tem a pachorra de dar essas não-desculpas: "ai, POSSO ter errado, e SE ofendi alguém, peço desculpas." Não, querida, deu o rebuliço que deu porque ninguém ficou ofendido. Aliás, você está pedindo desculpas porque ninguém ficou ofendido, né? 

"Se."

Sei.

Uma das ~miguxas~ que comentaram no post ainda piorou a coisa, pediu "desculpas" complementando com um "embora não soubesse que o post era tão público." AH, VAPAPU, né, querida? Ser preconceituoso no privado pode?

E é por isso que eu repudio comentários toscos, mesmo as piadinhas, mesmo "entre amigos".

Mas vamos lá. Você cresceu em um ambiente classe média/média-alta/alta/altíssima e se acostumou com essa mentalidade. Com ouvir e achar normal comentários inferiorizando outras pessoas. Tanto que sinceramente não acha que está inferiorizando ninguém, acha que "é só piada". Você é uma boa pessoa, ajuda os outros, dá "até" férias para a sua doméstica, não joga papel na rua. E aí fala merda em público, ou uma mensagem privada "vaza" ou "cai na net" (gente, se foto pelada escapa, o que te faz pensar que outras mensagens, para gente com quem você tem bem menos intimidade do que quem você trepa, não vão vazar também? Privacidade é ilusão, lembrem disso sempre). Não importa como veio a público mas PÁ, um mundo de gente te critica, xinga, zoa. E você acha necessário um pedido de desculpas público, porque né, OPS. Louvável - se for sincero. Se for genuíno. Se fez você rever seus preconceitos e entender que as "piadas" não são "só piadas" e que não são ok nem "apenas entre amigos". Se você não incluir "talvez", "se", ou o famoso (e talvez pior deles) "fui mal interpretado", usado pelo reitor da Unirio, que tem a dupla beleza de não admitir o erro e de bônus jogar a culpa nos outros por não saberem ler. Genial.

Caso contrário, é óbvio que você não se arrependeu de como pensa ou do que falou. Você só se arrependeu de ter sido pega no ato e exposta, como fica óbvio no caso da "comentadora de posts" acima.

Então vai, vou dar um boi e reescrever o pedido de desculpas da Rosa Marina Meyer como ele DEVERIA ser, em minha revoltada opinião (as maiúsculas são apenas para mostrar aonde mudei, deixaria "normal" na declaração oficial):

"Sabedora do desconforto que CRIEI com um post meu publicado ontem à noite, peço desculpas à pessoa retratada e a todos os que FORAM atingidos e ofendidos pelo meu comentário. Absolutamente não foi essa a minha intenção, MAS PERCEBO AGORA O QUANTO MINHA MENTALIDADE ESTAVA EQUIVOCADA. ME ESFORÇAREI MUITO PARA SER UMA PESSOA MELHOR, E ESSE EPISÓDIO ME FEZ VER O QUANTO EU MESMA PRECISO EVOLUIR PARA TERMOS UMA SOCIEDADE MELHOR E MENOS PRECONCEITUOSA."

Pronto, não é melhor assim?

R.: sim, DESDE QUE SEJA SINCERO PORRA.

UPDATE: o cara fotografado é advogado e retornava de um cruzeiro internacional (link aqui). Maior prova de que preconceitos são estúpidos o universo não poderia dar, não é mesmo? Ah, a ironia... 
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